15 de maio de 2011
Pois é, minha gente. O blog acabou tendo seus 2000 caracteres de fama – okay, as menções ao r.izze.nhas foram menos de 2000, e a matéria inteira certamente foi bem mais que 2000! A Revista Veja dessa semana fez uma reportagem especial (de capa!), escrita por Bruno Meier, sobre a literatura em tempos digitais e o quanto os jovens estão consumindo essa literatura. O fio principal da reportagem é como best-sellers infantojuvenis – Harry Potter e Crepúsculo, por exemplo – atraíram jovens leitores, criaram um novo grupo consumidor de livros que fez crescer as vendas do mercado editorial e, principalmente, como esses jovens saíram da zona de conforto dessas leituras e “evoluíram” para livros mais “sérios”.
Eu particularmente gostei da reportagem, e não é só porque estou nela! Acho que o principal foi provar que leituras “menores” – que como o Antônio Xerxenesky comentou em um artigo, não são exatamente inferiores a outros estilos – podem formar bons leitores. Leitores que movidos pela curiosidade e gosto pela leitura vão atrás de outros livros, com temas e estilos diferentes daqueles cujas leituras os apresentaram ao mundo das letras. Aqui abro um parênteses sobre os preconceitos literários que tenho. Não gosto de Crepúsculo, por exemplo, mas isso não quer dizer que eu despreze quem goste da série. Pelo menos não quando eles descobrem o prazer da leitura com esses livros e passem a conhecer coisas novas e a aprender. O problema é ficar estagnado apenas em um tipo de livro. Harry Potter é sim capaz de fazer um adolescente acabar se interessando por clássicos, diferentemente do que muitos acham.
Como comentei no post Então, por que gosto de ler livros?, a leitura para mim é uma diversão, um prazer que desfruto sozinha e além disso, uma forma de refletir sobre a vida, o universo e tudo o mais. É através da leitura que descubro novos assuntos, que confronto opiniões, que confirmo algumas convicções e derrubo outras. Além de ser uma forma de melhorar o vocabulário e agregar mais cultura à minha vida, a leitura é o ingrediente vital para manter a minha cabeça funcionando (não sei se com outros leitores é assim, mas um período de pouca leitura para mim é um momento de preguiça mental e tédio). Não leio atrás de crescimento profissional – como a reportagem cita em um momento uma pesquisa da Universidade de Oxford que relaciona leitura com sucesso profissional – embora sonhe em fazer da leitura o meu real trabalho. Leio para evoluir como pessoa, para não ficar parada sempre no mesmo lugar (sabe aquela coisa de metamorfose ambulante? Então…).
Falando sobre a reportagem de novo, tem ainda como fonte o projeto bacana (que eu não conhecia) da Iris Figueiredo, uma leitora ainda mais nova do que eu e que criou um grupo de discussão de clássicos, tem depoimento do Miguel de Sanches Neto, que resenhei para o Amálgama na semana passada, tem até o Tony Ramos (o que?)! E ainda uns quadros bacanas de “Um livro leva ao outro”, dando dicas de que outras obras ler para evoluir no repertório literário.
Enfim, esse post ficou maior do que gostaria, mas acho que comentei tudo o que eu queria sobre o assunto. Mas leiam mesmo a reportagem, ficou bem bacana. E obrigada pelos elogios, também pelas críticas, e pelas visitas aqui no blog! Agradecimento à editora Intrínseca que me indicou para a entrevista, ao Bruno que escreveu a matéria e a todos que incentivaram a continuar com o blog! =]
Ps.: Desculpa aí pelo egopress (como diria o Xerxenesky), mas fiquei muito feliz por ter participado mesmo!
Ps 2.: Em alguns momentos na reportagem (e até no índice), me chamaram de crítica literária. Só quero dizer que ainda estou longe de ser realmente uma crítica literária. Faltam muitas leituras para chegar a esse nível, por enquanto sou só alguém que gosta de ler e fazer comentários.
Valeu Taize, você é um exemplo.
Segue o link do blog da Taize, visitem lá, é simplesmente, maravilhoso.
http://rizzenhas.com/2011/05/15/quando-o-r-izze-nhas-apareceu-na-veja/#more-2292
Um abraço a todos.
Agora deixa eu ir estudar.
Auf Wierdersehen!